O estudo sobre as origens da literatura brasileira deve ser feito
levando-se em conta duas vertentes: a histórica e a estética. O ponto de vista
histórico orienta no sentido de que a literatura brasileira é uma expressão de
cultura gerada no seio da literatura portuguesa. Como até bem pouco tempo eram
muito pequenas as diferenças entre a literatura dos dois países, os
historiadores acabaram enaltecendo o processo da formação literária brasileira,
a partir de uma multiplicidade de coincidências formais e temáticas.
A outra vertente (aquela que salienta a estética como pressuposta para a
análise literária brasileira) ressalta as divergências que desde o primeiro
instante se acumularam no comportamento (como nativo e colonizado) do homem
americano, influindo na composição da obra literária. Em outras palavras,
considerando que a situação do colono tinha de resultar numa nova concepção da
vida e das relações humanas, com uma visão própria da realidade, a corrente
estética valoriza o esforço pelo desenvolvimento das formas literárias no
Brasil, em busca de uma expressão própria, tanto quanto possível original.
Em resumo: estabelecer a autonomia literária é descobrir os momentos em
que as formas e artifícios literários se prestam a fixar a nova visão estética
da nova realidade. Assim, a literatura, ao invés de períodos cronológicos,
deverá ser dividida, desde o seu nascedouro, de acordo com os estilos
correspondentes às suas diversas fases, do Quinhentismo ao Modernismo, até a
fase da contemporaneidade.
Duas eras - A literatura brasileira tem sua história dividida em duas
grandes eras, que acompanham a evolução política e econômica do país: a Era
Colonial e a Era Nacional, separadas por um período de transição, que
corresponde à emancipação política do Brasil. As eras apresentam subdivisões
chamadas escolas literárias ou estilos de época.
A Era Colonial abrange o Quinhentismo, o Seiscentismo ou Barroco, o
Setecentismo e o período de Transição. A Era Nacional, por sua vez, envolve o
Romantismo, o Realismo, o Simbolismo e o Modernismo. A partir daí, o que está
em estudo é a contemporaneidade da literatura brasileira.
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