Os anos bissextos

            Na prática, isso quer dizer que mais um dia será incluído ao calendário de 365 dias. Esse acréscimo ocorre a cada quatro anos, sempre no mês de fevereiro, que passa há ter 29 dias. Esse pequeno ajuste na contagem do tempo é muito importante, uma vez que o ano bissexto foi criado para resolver um problema de matemática.

            Enquanto um ano do nosso calendário tem 365 dias inteiros, o ano solar (que compreende o período em que a Terra dá uma volta completa ao redor do sol) tem 365,242190 dias, ou seja, 365 dias e seis horas, como explica o astrofísico Renato Las Casa. “Sem o ano bissexto, as estações do ano ficariam atrasadas com o passar do tempo e não coincidiriam com o nosso calendário”, acrescenta o estudioso. “Essas seis horas de atraso multiplicadas por 4 equivalem a 24 horas e, por isso, um dia é acrescentado a cada 4 anos no calendário”, diz Las Casas.

            De acordo com o historiador André Miatello, os romanos foram os primeiros povos que observaram o calendário e notaram que os dias não estavam acompanhando as estações do ano. Quando o “calendário Juliano” foi inaugurado, no ano 46 antes de Cristo, o governador romano Júlio César decretou que um dia seria acrescentado ao mês de fevereiro, que passaria a ter 30 dias a cada três anos.

            O calendário, então teve mais um ajuste no ano 7 depois de Cristo, durante o governo de César Augusto, que decidiu acrescentar um dia ao ano, no período de 4 em 4 anos.

            A última e mais profunda mudança na forma de contar o tempo aconteceu há tempos atrás, no século XVI, e determinou o calendário que usamos até hoje. Em 1582, o papa Gregório XIII se reuniu com um grupo de especialistas para tentar ajustar o tempo contado no calendário com o tempo que passa naturalmente.

            Na época, os astrônomos decidiram apagar dez dias do calendário. Por causa dessa reforma, os dias compreendidos entre 5 e 14 de outubro de 1582 não existem na história.
                Como as novidades foram decididas pelo papa Gregório XIII, o nosso calendário é chamado de Gregoriano até os dias de hoje.