Existem
determinadas expressões brasileiras que mudam de Estado para Estado. Um exemplo
é a expressão "ficar de mal", que em alguns lugares recebe a variação
que vemos no trecho abaixo da música "Espelho", de João Nogueira:
...troquei
de mal com Deus por me levar meu pai...
Nessa mesma letra
João Nogueira escreve:
... um dia eu
me tornei o bambambã da esquina....
"Bambambã"
é uma expressão conhecida em todo o território nacional: "o bambambã do
futebol" é o número 1 do time.
Observe outros
casos em que uma expressão pode apresentar variação quanto à forma:
No Rio de Janeiro, elas saltam do ônibus.
A média na capital paulista é café com leite.
Em Santos, média é um pãozinho.
Em Itu (SP), pãozinho é filão.
O filão em S. Paulo ,
capital, é um pão grande.
A língua oficial
não pode ser usada o tempo todo e em qualquer situação; por isso as variações
existem e são enriquecedoras.
É o caso da
palavra "cacete". A palavra "cacete" em língua culta
significa "enfadonho". Assim, "um filme cacete" seria um
filme enfadonho.
Nas padarias de Salvador, não se espante se, ao pedir 5 pãezinhos, a balconista
avisar ao padeiro:
"Salta 5 cacetinhos". Seria estranho, em São Paulo , alguém pedir
em uma padaria "cinco cacetinhos".
Há ainda a
expressão "do cacete", com função qualificadora e mesmo superlativa.
Um livro "do cacete" é um livro "excelente". Uma campanha
publicitária sobre o Caribe aproveitou essa gíria para montar um trocadilho:
"Aruba é do Caribe". É claro que Aruba é do Caribe, mas a intenção é
outra. Esse "Caribe" da frase está no lugar de "cacete",
com quem compartilha o "ca" inicial.
Fonte:
http://www2.tvcultura.com.br/aloescola/linguaportuguesa/varianteslinguisticas/regionalismo-troqueidemal.htm
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