Em se tratando de psicologia
do desenvolvimento, existem pesquisas que sugerem que a música e a linguagem
caminham juntas e são de grande importância na infância de uma criança (ILARI,
2005).
A criança, nos seus primeiros
anos de vida, é exposta a vários estímulos verbais simples e complexos e a
estímulos musicais (GARDNER, 1999). A música estimula a produção de endorfina e
outros neurotransmissores responsáveis por sentimentos de euforia, de percepção
e há a comprovação da redução da dor. Quando o cérebro é estimulado através da
música, são observados efeitos positivos em pacientes que sofrem de depressão,
derrame, Alzheimer, demência ou doença de Parkinson (GOLDSTEIN,
2006).
Na relação corpo e ambiente,
foi observado que a estimulação musical permite que o mundo interior entre em
contato com o mundo exterior através de uma série de sensações: no campo físico
(vibração), auditivo (diversos tipos de músicas), visual (diferentes
instrumentos, sinais musicais) e psicológico (execução de trabalho) (ALVAREZ,
2004).
Segundo Jackson (2003), a
música aumenta a memória de curto prazo ocasionando uma diminuição da distração
e o aumento do processamento de informações. Ele utiliza em sua pesquisa a música, o seu movimento, seguido por improvisação
instrumental, teatro musical e canto em grupo.
Wiebe (2007) e Bermell
(2008) comprovaram a utilização da
música em tratamento com indivíduos diagnosticados com TDAH. Weibe
(2007) descreve em seu estudo de caso, a experiência acadêmica de um
adolescente do sexo masculino com diagnóstico de TDAH, de como a música pode
afetar positivamente a sua capacidade de auto regulação e como lidar com os
efeitos negativos do TDAH durante trabalhos em sala de aula e suas tarefas
realizadas em casa. Foram coletadas informações e realizadas entrevistas a
respeito de como o indivíduo com TDAH reage ao ouvir música.
Os resultados
foram satisfatórios, verificando-se que houve um aumento da concentração na
capacidade de assistir as aulas e realização de tarefas. Melhorou a capacidade
de prestar atenção às tarefas e suas habilidades de memorização. Concluem que
ouvir música ativa várias funções terapêuticas; auxilia no desenvolvimento de
habilidades cognitivas como atenção e memória em curto prazo; acelera a
aprendizagem de línguas estrangeiras em leitura e no aprendizado da matemática;
ocorre o desenvolvendo de uma consciência individual de si mesmo e seu meio
ambiente. A música fortalece a autoestima promovendo a expansão da comunicação
verbal e habilidade não verbal levando a melhoras nas habilidades sociais e a
capacidade de expressar emoções.
O Plano de aula a seguir tenta suprir as dificuldades no comportamento de indivíduos
com TDAH, que poderá apresentar comportamento desatento, desorganizado,
hiperativo e impulsivo. Esses comportamentos acarretam muitas dificuldades de
aprendizagem e de organização em suas vidas. Através desse plano de aula pretenderemos
influenciar musicalmente na vida de indivíduos com TDAH e revelar importantes
resultados, principalmente na influência do som na aprendizagem dos mesmos.
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TEMA: Influências culturais
da África
Objetivos
Conhecer e vivenciar produções culturais brasileiras com influências africanas.
Conteúdos
- Heranças culturais africanas e brasileiras.
- Música, dança e brincadeiras.
Material necessário
Livros, revistas, imagens, material para registro, CDs com músicas africanas e brasileiras, tecidos, instrumentos musicais e mapas.
Conhecer e vivenciar produções culturais brasileiras com influências africanas.
Conteúdos
- Heranças culturais africanas e brasileiras.
- Música, dança e brincadeiras.
Material necessário
Livros, revistas, imagens, material para registro, CDs com músicas africanas e brasileiras, tecidos, instrumentos musicais e mapas.
Desenvolvimento
1ª etapa
Apresente músicas brasileiras de ritmos de origem africana (como o samba e o maracatu) e converse com as crianças sobre elas: já conhecem? Se parecem com algo que já ouviram? Gostam ou não? Por quê? Explique que essas músicas têm origem em um continente chamado África, separado do Brasil pelo oceano Atlântico. Para comparar, escute com o grupo outra música (Miriam Makeba – “Pata pata”). Questione: ela se parece com a que ouvimos antes? Peça, ainda, que a turma leve livros, fotos e outros registros do continente. Você também deve preparar a mesma pesquisa.
2ª etapa
Explore os materiais trazidos em uma roda de conversa. Foque a discussão nos costumes dos grupos que serão estudados: vestimentas, alimentos, música, dança, brincadeiras etc. Lembre-se de mostrar o globo terrestre para que se aproximem da ideia do que é um continente ou país.
3ª etapa
Forme grupos e sugira que cada um aprofunde a pesquisa em um dos temas levantados. Explique que o objetivo é obter mais informações sobre costumes dos povos africanos e que cada grupo deve mergulhar em um assunto específico, procurando mais informações em livros, internet, vídeos e outras fontes de informação. Peça ainda que reflitam: quais das práticas levantadas também acontecem no Brasil? De que jeito? Como forma de registro, proponha a criação de um painel coletivo para reunir as informações, garantindo que possam ser consultadas por todos sempre que necessário.
4ª etapa
Leves para a sala instrumentos musicais de origem africana, como agogô, caxixi e alfaia e mostre às crianças as maneiras de tocá-los. Apresente também coreografias de danças africanas, como o jongo, para que a turma possa praticar - o uso de DVDs de referência com os principais passos é um bom recurso didático. Lembre-se de que essa etapa, que deve durar alguns dias, exige que você se prepare previamente para conhecer instrumentos e danças.
Avaliação
Para avaliar o aprendizado dos procedimentos de música e dança, observe o desempenho da turma ao longo das atividades, prestando atenção especialmente na evolução, na parte rítmica. Para verificar conteúdos conceituais (como é a África, onde se localiza), avalie a participação da classe nas rodas de conversa e na construção do painel coletivo, procurando perceber se cada criança levanta hipóteses, ouve a contribuição dos outros e registra no mural suas descobertas.
Referências:
Alvarez
AE, Ribeiro AF, Hessel G, Bertuzzo CS, Ribeiro JD. Fibrose cística em um centro de
referência no Brasil: características clínicas e laboratoriais de 104 pacientes
e sua associação com o genótipo e a gravidade da doença. J Pediatra
(Rio). 2004; 80:371-9.
GARDNER,
H. Inteligência: um conceito reformulado. Rio de Janeiro: Objetiva, 1999.
GOLDSTEIN,
Sam. Hiperatividade:
Compreensão, Avaliação e Atuação: Uma Visão Geral sobre TDAH. Artigo:
Publicação, novembro/2006.
ILARI,
Beatriz. A música e o desenvolvimento da mente no início da vida: investigação,
fatos e mitos. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE COGNIÇÃO E ARTES MUSICAIS,
2005, Curitiba. Anais do 1º Simpósio Internacional de Cognição e Artes
Musicais. Curitiba: De Artes – UFPR, 2005, p.54-62.
JACKSON,
S. and GEE, S. “Look Janet”, “No you look John”; constructions of gender in early
school reader illustrations across 50 years. Gender and Education. v.
17, n. 2, p. 115-128, May 2005.
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