A mitologia greco-romana domina o
Sistema Solar porque o céu era associado a deuses na Antiguidade. E porque isso
ajuda a evitar possíveis polêmicas religiosas ou políticas.
Raphael Soeiro
Felipe van Deursen
Cinco planetas podem ser vistos a olho
nu e são conhecidos desde a Antiguidade: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e
Saturno. Os nomes são uma homenagem a deuses da mitologia greco-romana e
atravessaram os séculos sendo chamados assim em todo o Ocidente, herdeiro
cultural da Grécia e da Roma antigas. Mas, para outros povos, os planetas
tinham nomes diferentes (veja abaixo). Só em 1919 a situação ficou mais
organizada, com a criação da União Internacional dos Astrônomos (IAU), cujo
objetivo é promover a cooperação entre astrônomos de todo o mundo e, entre
outras coisas, regulamentar os nomes das novas descobertas. E há uma série de
regras para isso. Por exemplo, estrelas são nomeadas com siglas (uma exceção é
Cor Caroli, da constelação Cães de Caça). Planetas-anões têm nomes
pronunciáveis e sem caráter comercial. Essas definições servem para evitar
lambanças intergaláticas. No Sistema Solar, já teve gente que quis dar nome de
rei a um planeta ou homenagear colegas astrônomos. A entidade evita isso, pois
ela barra associações à política ou à religião.
SOL
Na Antiguidade, muitos povos consideravam a estrela uma divindade. Os gregos o
chamavam de Hélio e os egípcios, de Rá. Os romanos deram o nome definitivo, mas
a razão é desconhecida.
VÊNUS
Homenageia a deusa romana do amor e da beleza. Teria esse nome pois era o que
mais brilhava quando observado por astrônomos da Antiguidade. A olho nu, é
claro, pois o telescópio é do século 17.
MERCÚRIO
É o planeta mais próximo do Sol e, por isso, o que dá a volta nele mais rápido.
Por isso, na Grécia era chamado Hermes, o veloz mensageiro do Olimpo. O nome
atual é a versão romana do deus.
MARTE
Devido à cor vermelha, tem o nome do deus romano da guerra. Os astrônomos
associaram a cor ao sangue. Já os egípcios o chamavam de O Vermelho. Na Ásia,
Marte era Estrela de Fogo.
TERRA
O nome tem mais de mil anos e significa "solo" mesmo. Gregos chamavam
o planeta de Gaia, entidade titânica que representa a terra. Romanos a chamavam
de Telo (sem acento, por favor).
SATURNO
É um dos titãs e pai de Júpiter. Como o planeta está mais longe que Júpiter em
relação à Terra, acredita-se que isso tenha determinado seu nome, como uma
representação de pai e filho.
JÚPITER
O maior planeta do Sistema Solar tem o nome da principal divindade romana. Para
os gregos não era diferente. Júpiter chamava-se Zeus. Já os orientais o
chamavam de Estrela da Madeira.
NETUNO
Quase se chamou Le Verrier, em homenagem a Urbain Le Verrier, um de seus
descobridores. A comunidade astronômica não aceitou e em 1846 o nomeou em
homenagem ao deus romano dos mares, devido à cor azul.
PLUTÃO
Rebaixado a planeta-anão em 2006, hoje se chama 134340 Plutão. Foi descoberto
em 1930 por Clyde Tombaugh. Como fica bem longe do Sol, Plutão seria uma
homenagem ao deus romano dos mortos.
URANO
Homenagem ao deus grego do céu. Seu descobridor, William Herschel, batizou-o de
Georgian Sidus, em homenagem ao rei inglês Jorge III. O nome não pegou fora do
Reino Unido e mudou em 1850.
Fontes -
Agência Espacial Americana (Nasa); Enos Picazzio, professor do Instituto de
Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP; União Astronômica
Internacional (IAU)
Fonte:https://super.abril.com.br/ciencia/qual-e-a-origem-dos-nomes-dos-planetas/
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