sexta-feira, 10 de julho de 2015

A espada era a lei



Sir Heitor era dono de um castelo. Com ele viviam seu preguiçoso filho Kay e um pagem chamado Artur.
Artur, embora pequeno e magricela, trabalhava sem parar. Mal o dia amanhecia, ele saltava da cama correndo. Ia para a floresta cortar lenha. Levava a madeira para o castelo.
Ajudava na cozinha. Lavava a louça e as panelas. Achava que, fazendo tudo bem, ainda se tornaria cavaleiro.
Era aprendiz na carpintaria. Lustrava as armas dos senhores e varria o chão. Tudo isso com muita boa vontade.
Mas um dia apareceu uma nuvem de fumaça no salão do castelo. De dentro saiu um velho que disse:
- Sou o mágico Merlin. Estou aqui para educar Artur.
Sir Heitor e Kay riram muito e responderam:
- Artur não precisa de suas lições.
- Pois eu acho que precisa, insistiu Merlin.
Merlin foi logo provando seus poderes. Fez cair neve bem em cima de Sir Heitor e Kay. Pai e filho, tremendo de frio, pediram que ele parasse a maia.
Merlin fez a neve parar, virou-se para Artur e disse:
- Agora é com você. Vou transformá-lo num passarinho e vamos correr o mundo. É assim que se aprende.
Dito e feito. Artur virou um passarinho e começou a voar. Mas caiu na casa da bruxa Min. Ela ficou muito alegre e disse:
- Vou ficar com você e terei Merlin em meu poder.
Mas Merlin, que vinha logo atrás, apareceu e disse:
- Vamos, Min, devolva Artur. Ele me pertence.
- Ora, você está falando desse passarinho? Se quiser, venha apanhá-lo. Disse Min.
De repente, Min se transformou num horrendo dragão com a bocarra aberta diante do feiticeiro.
Merlin sumiu. Em seu lugar ficou o chapéu. Min levantou – o viu um coelho. Virou raposa e correu atrás dele.
O duelo continuou. Cada um virando um bicho capaz de vencer o outro. Não era só questão de tamanho, mas de rapidez e inteligência. Min desesperada virou um dinossauro. Merlin se transformou em um micróbio de sarampo.
E dinossauro doente não é inimigo para ninguém. Por isso o vencedor foi Merlin.
Artur, que ainda era passarinho, voou para o castelo. Sua educação continuou. Merlin o fez conhecer a água transformando-o em peixe. Depois eito esquilo, Artur percorreu a floresta. Ele estava aprendendo muito.
No inverno seguinte, Sir Heitor chamou Artur e disse:
- Eu e meu filho vamos para Londres. Vai haver um torneio e o vencedor será coroado rei. Você irá conosco como escudeiro de Kay.
Artur ficou feliz em ser escudeiro. Preparou os cavalos para Sir Heitor e para Kay. E um burrico para si.
Viajaram vários dias. Kay planejava o que faria como rei da Inglaterra. Por fim chegaram a Londres.
Os melhores cavaleiros do reino participavam do torneio. Quando foi a vez de Kay, ele ordenou a Artur:
- Vá buscar a minha espada.
- Já vou indo, respondeu Artur, que saiu correndo.
Mas o menino estava assustado. Naquele momento se deu conta de que tinha esquecido de trazer a espada.
- E agora? Estou perdido! Onde conseguirei  uma espada para Kay? – Pensava Artur, com medo.
Quando estava correndo, viu uma coisa esquisita. Era uma espada cravada numa pedra. Aproximou-se pensando:
- Que sorte, uma espada! Vou levá-la para Kay.
Ao receber a espada, Sir Heitor viu que não era do filho. Artur contou o que acontecera. Ninguém acreditou, mas lá mesmo estava escrito:
“Quem conseguir arrancar esta espada da pedra é por direito e nascimento o rei da Inglaterra.”
Todos os cavaleiros conheciam a lenda. Por isso resolveram cravar a espada na pedra, outra vez. Depois tentaram arrancá-la. Não conseguiram. Quando chegou a vez de Artur, foi só puxar e pronto. Ela veio em sua mão.

E assim Artur foi aclamado rei da Inglaterra por todos os cavaleiros. Em seguida foi coroado e reinou por muitos e muitos anos, tendo Merlin por conselheiro.

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