quarta-feira, 1 de junho de 2016

Meu barquinho de papel



Joãozinho era um menino muito esperto e teimoso. Um dia apostaram com ele que, da casa até a cidade próxima, se chegava em uma hora, andando a pé. Ele não concordou e apostou que demorava muito mais tempo. No outro dia saiu bem cedinho. Andou. Andou. Já fizera mais de duas horas andando sem parar e nem sombra da tal cidade. Cansado, suado, sentou à sombra de uma árvore para descansar. Tirou a camisa, pois estava com muito calor e lembrou-se desta canção: (Brincar com a folha de papel, acima da cabeça: explorar o som do vento)



Estava Joãozinho refrescando-se, quando surgiu uma borboleta voando e lembrou-se desta música: (dobrar a folha ao meio, segurando pela dobra. Abaixar e levantar a mão, fazendo o papel balançar como se fosse asas de borboleta)



“Borboletinha ta na cozinha 
Fazendo chocolate para a madrinha. 
Poti, poti, perna-de-pau. 
Olho de vidro e nariz de pica-pau” 
E a borboleta voa – voa, e pousa na cumeeira de: 
“uma casa muito engraçada, 
Não tinha teto, Não tinha nada.

Ninguém podia

Entrar nela não

Porque na casa


 Não tinha chão. 
Ninguém podia 
Dormir na rede, 
Porque na casa 
Não tinha parede. 
Ninguém podia 
Fazer pipi, 
Porque pinico 
Não tinha ali. 
Mas era feita 
Com muito esmero 
Na rua dos bobos 
Número zero”. 
(Música e letra de: Toquinho e Vinícius)



(esta casa é muito engraçada, mas nela havia muito amor. Desenhar um coração e escrever AMOR)


Mas a casa era toda desajeitada. Joãozinho precisou dobrar mais um pedacinho, outro pedacinho, mas ela parecia que ia desmontar. Então ele dobrou um pedaço de um lado, outro pedaço do outro lado, e... O que será que apareceu? Olhem só! Um chapeuzinho do soldado! Joãozinho começou a cantar esta música:



Marcha soldado cabeça de papel 
Quem não marcha direito vai preso no quartel. 
O quartel pegou fogo Francisco deu sinal 
Acode, acode, acode a Bandeira Nacional.



Mas o chapéu era muito grande para a cabecinha do Joãozinho e ele resolveu dobrar mais uma vez, (de um lado, do outro lado) surgindo assim um chapeuzinho muito pequeno. Joãozinho ficou muito aborrecido e tentou fazê-lo voltar ao mesmo tamanho, mas não conseguiu. Um barquinho.



E o Joãozinho ficou feliz da vida. Correu para a praia que ficava ali por perto. No caminho começou uma chuvinha danada e ele tentou enxugar o barquinho com a camisa. Quando acabou de enxugar, largou a camisa e foi embora. Já estava na praia quando notou que estava sem camisa e logo pensou: 
__ Epa! Minha camisa! Onde será que a deixei? Vou levar uma surra da minha mãe! Mas agora eu não vou acha-la mesmo e vou apanhar do mesmo jeito! Então eu vou brincar um pouquinho e depois vou para casa!



Usando sua imaginação embarcou no frágil barquinho que navegou, rapidamente, mar a dentro. 
Já estava longe, navegando, quando uma tremenda tempestade começou a jogar o barquinho pra cá e pra lá.  Pra lá e pra cá!



Nesse jogo das ondas, o barquinho bateu com a proa no rochedo, partindo-se. (frente) 
A tempestade ficou mais forte ainda, continuando a jogar o barquinho que, bateu também com a popa, partindo-se como a proa. (trás)



E o barquinho vira e vai para o fundo do mar, batendo com a ponta da vela que também se parte. Mas o barquinho da vela quebrou de forma redondinha.



E sabem o que aconteceu?



Joãozinho, por causa do cansaço e do calor, havia se abrigado à sombra de uma árvore perto da praia e adormecera. Quando acordou, sua camisa estava ao lado dele. Onde? Onde e Onde? Onde está a camisa do Joãozinho?



(Abrir a dobradura e surgirá a camisa do menino)

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