Porque é bom, é gostoso e dá
felicidade, e ser feliz é estar mais predisposto a ser bondoso, a amar o
próximo e a partilhar fraternalmente.
Porque é brincando que a criança se
desenvolve, exercitando suas potencialidades. O desafio contido nas situações
lúdicas provoca o funcionamento do pensamento e leva a criança a alcançar
níveis de desempenho eu só as ações, por motivação intrínseca, conseguem.
Porque, brincando, a criança aprende co
toda a riqueza do aprender fazendo, espontaneamente, sem estresse ou medo de
errar, mas com prazer pela aquisição do conhecimento.
Porque, brincando, a criança desenvolve
a sociabilidade, faz amigos e aprende a conviver respeitando o direito dos
outros e as normas estabelecidas pelo grupo.
Porque, brincando, aprende a engajar-se
nas atividades, gratuitamente, pelo prazer de participar, sem visar recompensa
ou temer castigo, mas adquirindo o hábito de estar ocupada, fazendo alguma coisa
inteligente e criativa.
Porque brincando, aprende prepara-se
para o futuro, experimentando o mundo ao seu redor dentro dos limites que a sua
condição atual permite.
Porque, brincando, torna-se operativa.
E principalmente, porque, brincando a
criança está nutrindo sua vida interior, descobrindo sua vocação e buscando um
sentido para sua vida.
Mas... Nem todas as crianças brincam!
Todas as crianças precisam brincar, mas
nem todas têm essa oportunidade; Por quê?
-Porque precisam trabalhar;
-Porque precisam estudar e consegui
notas altas;
-Porque são tratadas como adultos em
miniatura;
-Porque não podem atrapalhar os adultos;
-Porque não tem com o que brincar;
-Porque é preciso aprender, adquirir
conhecimentos, desenvolver habilidades, estimular a inteligência;
Mas afinal, brincar não é tudo isso
junto?
Então, é preciso mesmo brincar, brincar
seriamente, brincar profundamente.
E os brinquedos são parceiros
silenciosos que desafiam a criança, possibilitando descobertas e estimulando a
auto-expressão. É preciso haver tempo para eles, e espaço que assegure o
sossego suficiente para que possa haver um aprofundamento na brincadeira, para
que a criança possa:
-brincar soltando sua imaginação
-brincar inventando
-brincar sem medo de desgostar alguém
-brincar em medo de ser punida
-enfim, brincar com seriedade.
As
diferentes formas de brincar
Explorar, descobrir, xeretar,
manipular...
As primeiras atividades lúdicas do ser
humano são ações exploratórias. O bebê começa por explorar a si mesmo, suas
possibilidades de movimento, de produção de sons, de uso do espaço e de
comunicação. Esta atividade exploratória á fundamental para subsidiar o
processo de construção de conhecimento da criança. Manipulando objetos, vai
experimentando o mundo ao seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua
curiosidade por conhecer.
Xeretar é uma forma de adquirir
informações, é uma maneira divertida de brincar, para quem ainda não conhece a
convenção social. As crianças pequenas têm necessidade de manipular objeto; por
essa razão, mexem em tudo e jogam coisas ao chão. Para contornar problemas que
esta necessidade pode causar, precisamos fornecer-lhes bastantes objetos que
possam ser manipulados sem perigo e ensinar-lhes que, assim como foi divertido
retirar da caixa ou da gaveta, também pode ser divertido colocar as coisas lá
dentro. Quando aprenderem a função dos objetos, passarão a utiliza-los de forma
mais adequada.
Convém não cercear o prazer de
descobrir; isto seria cercear, também, o processo de criatividade e de
construção de um auto conceito positivo.
Brincar
Sozinho
Brincar sozinho também é importante
porque, neste tipo de brinquedo, a criança mergulha na sua fantasia e alimenta
sua vida interior; quanto mais profundo for este mergulho, mais estará
exercitando sua capacidade de concentrar a atenção, de inventar e,
principalmente, de permanecer concentrado numa atividade. A criança que brinca
sozinha está, também, aumentando as possibilidades de lidar com sua afetividade
e de descobrir seus interesses. Através deste processo, poderá chegar a
encontrar uma vocação, o que é fundamental para a realização de todo o ser
humano; quem trabalha fazendo o que gosta, sente prazer como se estivesse
brincando.
A criança que brinca de forma
concentrada, está aprendendo a se engajar seriamente, gratuitamente, pelo
interesse na atividade em si. Este é um momento que deve ser respeitado, por
ser um momento no qual estão sendo cultivadas qualidades importantes para a
formação e hábitos, que irão influir na qualidade do seu futuro desempenho.
Brincar
de “Faz-de-Conta”
Neste tipo de brinquedo, a criança
traduz o mundo dos adultos para a dimensão de suas possibilidades e
necessidades.
As crianças precisam vivenciar suas ideias
em nível simbólico, para poderem compreender seu significado na ida real.
O pensamento da criança evolui a partir
de suas ações, razão pela qual as atividades são tão importantes para o
desenvolvimento do pensamento infantil. Mesmo que conheça determinados objetos
ou que já tenha vivido determinadas situações, a compreensão das experiências
fica mais clara quando as representa em seu “faz-de-conta”.
Neste tipo de brincadeira, têm também
oportunidade de expressar e elaborar, de forma simbólica, desejos, conflitos e
frustrações; quanto maior for a imaginação da criança, maiores serão suas
chances de ajustamento ao mundo ao seu redor.
Às vezes, o “faz-de-conta” não imita a
realidade, mas, ao contrário, é um meio de sair dela, é um jeito de assumir um
novo “estado de espírito’, como, por exemplo, quando se veste uma fantasia de
palhaço e vai para o fogão fazer comidinha, ou, então, veste a fantasia de fada
e vai. Em seguida, correr e brincar de pegador.
Mas, quando existe representação de uma
determinada situação, (especialmente se houver verbalização), a imaginação é
desafiada pela busca de soluções para os problemas criados pela vivência dos
papéis assumidos. As situações imaginárias estimulam a inteligência e
desenvolvem a criatividade.
Esta é uma das formas de brincar mais
fundamentais para um desenvolvimento infantil saudável, razão pela qual o
“faz-de-conta“ infantil deve ser tratado e subsidiado com seriedade.
Brincar
com outras pessoas
Embora brincar sozinho seja muito
importante, brincar com outras pessoas é necessário para evitar que a criança
fique sem o estímulo e a critica que um parceiro pode proporcionar.
Mesmo quando ela ainda não sabe brincar
junto com outra criança, pode brincar paralelamente. Às vezes, dizer “eu também
quero brincar”, não significa que quer brincar junto, mas ao lado; de qualquer
maneira é o começo da vontade de participar por parte de alguém que ainda não
aprendeu a partilhar.
Os jogos que requerem interação com
outras pessoas, os jogos sociais começam desde os primeiros meses, quando os
pais brincam com o nenê numa interação afetiva, e irão abranger, mais tarde, a
competição nos diversos tipos de jogos.
Através deles, a criança prende a
esperar a sua vez e a interagir de forma mais organizada, respeitando regras e
cumprindo normas. Brincar com outras pessoas pode ser imitar gestos, fazer um
desafio ou partilhar de um jogo ou brincadeira.
Brincar
em grupo
Saber participar de um grupo é uma
aprendizagem muito enriquecedora e indispensável a uma boa integração social
dentro do grupo aprendemos a partilhar, aprendemos que, se não encontramos uma
forma eficiente de trabalharmos juntos, seremos todos prejudicados, porque o
resultado final ficará comprometido.
Na competição em grupo, a vitória
depende de todos; aquele que está acostumado a vencer sempre dependerá do mais
fraco para conseguir vitória, portanto terá que ajudá-lo a conseguir um
desempenho mais satisfatório. Por sua vez, o mais fraco, aquele que nunca
saboreia uma vitória, terá o prazer de vencer através da vitória do seu grupo.
A interação grupal é muito enriquecedora
e ajuda as crianças a se desenvolverem melhor e a fazerem ovas amizades. Mas é
preciso variar os elementos dentro do grupo constantemente, se não tivermos este cuidado, os grupos
poderão de virar times ou Gangues, o que seria desastroso. Variando os
elementos dentro dos grupos, estaremos dando oportunidades para que as crianças
conheçam melhor outras crianças e faça novas amizades, ao passo que, se forem
sempre os mesmos, terão a tendência de se fecharem como grupo. Muitas vezes,
para fazer amigos, basta haver uma boa oportunidade.
Brincar
correndo, saltando, jogando bola
- “Vamos ver quem chega primeiro?”.
A atividade física gera entusiasmo, por
essa razão é tão importante. Correndo, a criança fica alegre; vencendo
obstáculos, desafia os próprios limites, gastam energias e desenvolve sua
coordenação motora, adquirindo mais confiança em si e aprimorando seu
equilíbrio.
Frequentemente, vemos crianças correndo
em espaços públicos, aeroportos, supermercados o em qualquer outro grande espaço.
Elas não resistem a uma boa oportunidade para sair correndo, criança precisa de
espaço para, simplesmente, sair correndo.
Brincar
experimentando e desenvolvendo habilidades
Encaixar, empilhar, construir, montar
quebra-cabeças são atividades que proporcionam exercício e desenvolvem
habilidades, mas só serão brinquedos se forem realizadas com prazer; caso
contrário, serão apenas uma tarefa realizada com brinquedos.
Os jogos, que requerem concentração da
atenção e mobilização de habilidades, são muito úteis, pois, através deles, as
crianças e exercitam e aprendem alegremente. Um aspecto importante destes
brinquedos é que levam a criança a perceber a necessidade de planejar suas
ações.
Estes jogos tornam as crianças mais
aptas a desempenhar tarefas que, talvez, não conseguissem realizar se não
estivessem em situação lúdica, livre de cobrança e de obrigatoriedade.
Brincando, a criança alcança níveis de desempenho bem mais altos porque não
sente cansaço.
Brincar
inventando
Inventar, criar, todos podem; mas
somente se tiverem sido estimulado a faze-lo. A necessidade de alcançar êxito,
o medo de errar ou de ser ridículo, são os maiores inibidores do processo
criativo.
È preciso haver motivação para criar: a
motivação pode ser um desafio, um problema a ser superado ou uma vontade e
expressar uma emoção; mas, para que o ato criativo aconteça, é preciso haver
alguma confiança na própria capacidade de criar ou, pelo menos, a certeza de
que, mesmo que o resultado não seja bom, haverá boa aceitação do trabalho
realizado.
Brincar
Aprendendo
A curiosidade é natural a toda criança,
portanto aprender coisas novas também seria, se o processo de construção do
conhecimento (que poderia ser uma divertida aventura) não tivesse sido
transformado em trabalho enfadonho.
A pressa em transformar a criança em
adulto fez com que o aprender passasse a ser obrigatório e sistemático.
A pré-escola foi transformada em escola
e as crianças de 3 anos de idade já estão sentadas fazendo exercícios
preparatórios para a alfabetização. Desrespeitando a infância, a necessidade de
brincar foi substituída pela necessidade de aprender, o quanto antes, a nadar,
a ler, a falar inglês, a dançar e a lutar judô.
As escolas chegam a vangloriar-se da
aceleração de seus currículos e as crianças, estressadas, apresentam problemas
emocionais e rebeldia ao estudo. Mas para onde foi o interesse natural por
descobrir, por conhecer coisas?
A criança não é um adulto em miniatura,
nem deve crescer só atendendo às solicitações dos adultos, pois assim não
desenvolver autonomia nem senso de responsabilidade. Se for respeitada em seus
interesses e subsidiada em suas buscas, certamente manterá vivo o prazer de
aprender e fará da construção do seu conhecimento uma deliciosa aventura.
O brinquedo proporciona o
aprender-fazendo e... brincando através de jogos e brincadeiras, a criança pode
aprender novos conceitos, adquirir informações e até mesmo superar dificuldade
de aprendizagem.
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