segunda-feira, 6 de março de 2017

Brincar é importante... Por quê?


Porque é bom, é gostoso e dá felicidade, e ser feliz é estar mais predisposto a ser bondoso, a amar o próximo e a partilhar fraternalmente.

Porque é brincando que a criança se desenvolve, exercitando suas potencialidades. O desafio contido nas situações lúdicas provoca o funcionamento do pensamento e leva a criança a alcançar níveis de desempenho eu só as ações, por motivação intrínseca, conseguem.

Porque, brincando, a criança aprende co toda a riqueza do aprender fazendo, espontaneamente, sem estresse ou medo de errar, mas com prazer pela aquisição do conhecimento.

Porque, brincando, a criança desenvolve a sociabilidade, faz amigos e aprende a conviver respeitando o direito dos outros e as normas estabelecidas pelo grupo.

Porque, brincando, aprende a engajar-se nas atividades, gratuitamente, pelo prazer de participar, sem visar recompensa ou temer castigo, mas adquirindo o hábito de estar ocupada, fazendo alguma coisa inteligente e criativa.

Porque brincando, aprende prepara-se para o futuro, experimentando o mundo ao seu redor dentro dos limites que a sua condição atual permite.

Porque, brincando, torna-se operativa.

E principalmente, porque, brincando a criança está nutrindo sua vida interior, descobrindo sua vocação e buscando um sentido para sua vida.

Mas... Nem todas as crianças brincam!

Todas as crianças precisam brincar, mas nem todas têm essa oportunidade; Por quê?

-Porque precisam trabalhar;
-Porque precisam estudar e consegui notas altas;
-Porque são tratadas como adultos em miniatura;
-Porque não podem atrapalhar os adultos;
-Porque não tem com o que brincar;
-Porque é preciso aprender, adquirir conhecimentos, desenvolver habilidades, estimular a inteligência;

Mas afinal, brincar não é tudo isso junto?

Então, é preciso mesmo brincar, brincar seriamente, brincar profundamente.

E os brinquedos são parceiros silenciosos que desafiam a criança, possibilitando descobertas e estimulando a auto-expressão. É preciso haver tempo para eles, e espaço que assegure o sossego suficiente para que possa haver um aprofundamento na brincadeira, para que a criança possa:

-brincar soltando sua imaginação
-brincar inventando
-brincar sem medo de desgostar alguém
-brincar em medo de ser punida
-enfim, brincar com seriedade.
 
As diferentes formas de brincar

Explorar, descobrir, xeretar, manipular...

As primeiras atividades lúdicas do ser humano são ações exploratórias. O bebê começa por explorar a si mesmo, suas possibilidades de movimento, de produção de sons, de uso do espaço e de comunicação. Esta atividade exploratória á fundamental para subsidiar o processo de construção de conhecimento da criança. Manipulando objetos, vai experimentando o mundo ao seu redor pelo prazer de descobrir e satisfazendo sua curiosidade por conhecer.

Xeretar é uma forma de adquirir informações, é uma maneira divertida de brincar, para quem ainda não conhece a convenção social. As crianças pequenas têm necessidade de manipular objeto; por essa razão, mexem em tudo e jogam coisas ao chão. Para contornar problemas que esta necessidade pode causar, precisamos fornecer-lhes bastantes objetos que possam ser manipulados sem perigo e ensinar-lhes que, assim como foi divertido retirar da caixa ou da gaveta, também pode ser divertido colocar as coisas lá dentro. Quando aprenderem a função dos objetos, passarão a utiliza-los de forma mais adequada.

Convém não cercear o prazer de descobrir; isto seria cercear, também, o processo de criatividade e de construção de um auto conceito positivo.
 
Brincar Sozinho

Brincar sozinho também é importante porque, neste tipo de brinquedo, a criança mergulha na sua fantasia e alimenta sua vida interior; quanto mais profundo for este mergulho, mais estará exercitando sua capacidade de concentrar a atenção, de inventar e, principalmente, de permanecer concentrado numa atividade. A criança que brinca sozinha está, também, aumentando as possibilidades de lidar com sua afetividade e de descobrir seus interesses. Através deste processo, poderá chegar a encontrar uma vocação, o que é fundamental para a realização de todo o ser humano; quem trabalha fazendo o que gosta, sente prazer como se estivesse brincando.

A criança que brinca de forma concentrada, está aprendendo a se engajar seriamente, gratuitamente, pelo interesse na atividade em si. Este é um momento que deve ser respeitado, por ser um momento no qual estão sendo cultivadas qualidades importantes para a formação e hábitos, que irão influir na qualidade do seu futuro desempenho.
 
Brincar de “Faz-de-Conta”

Neste tipo de brinquedo, a criança traduz o mundo dos adultos para a dimensão de suas possibilidades e necessidades.

As crianças precisam vivenciar suas ideias em nível simbólico, para poderem compreender seu significado na ida real.

O pensamento da criança evolui a partir de suas ações, razão pela qual as atividades são tão importantes para o desenvolvimento do pensamento infantil. Mesmo que conheça determinados objetos ou que já tenha vivido determinadas situações, a compreensão das experiências fica mais clara quando as representa em seu “faz-de-conta”.

Neste tipo de brincadeira, têm também oportunidade de expressar e elaborar, de forma simbólica, desejos, conflitos e frustrações; quanto maior for a imaginação da criança, maiores serão suas chances de ajustamento ao mundo ao seu redor.

Às vezes, o “faz-de-conta” não imita a realidade, mas, ao contrário, é um meio de sair dela, é um jeito de assumir um novo “estado de espírito’, como, por exemplo, quando se veste uma fantasia de palhaço e vai para o fogão fazer comidinha, ou, então, veste a fantasia de fada e vai. Em seguida, correr e brincar de pegador.

Mas, quando existe representação de uma determinada situação, (especialmente se houver verbalização), a imaginação é desafiada pela busca de soluções para os problemas criados pela vivência dos papéis assumidos. As situações imaginárias estimulam a inteligência e desenvolvem a criatividade.

Esta é uma das formas de brincar mais fundamentais para um desenvolvimento infantil saudável, razão pela qual o “faz-de-conta“ infantil deve ser tratado e subsidiado com seriedade.
 
Brincar com outras pessoas

Embora brincar sozinho seja muito importante, brincar com outras pessoas é necessário para evitar que a criança fique sem o estímulo e a critica que um parceiro pode proporcionar.

Mesmo quando ela ainda não sabe brincar junto com outra criança, pode brincar paralelamente. Às vezes, dizer “eu também quero brincar”, não significa que quer brincar junto, mas ao lado; de qualquer maneira é o começo da vontade de participar por parte de alguém que ainda não aprendeu a partilhar.

Os jogos que requerem interação com outras pessoas, os jogos sociais começam desde os primeiros meses, quando os pais brincam com o nenê numa interação afetiva, e irão abranger, mais tarde, a competição nos diversos tipos de jogos.

Através deles, a criança prende a esperar a sua vez e a interagir de forma mais organizada, respeitando regras e cumprindo normas. Brincar com outras pessoas pode ser imitar gestos, fazer um desafio ou partilhar de um jogo ou brincadeira.
 
Brincar em grupo

Saber participar de um grupo é uma aprendizagem muito enriquecedora e indispensável a uma boa integração social dentro do grupo aprendemos a partilhar, aprendemos que, se não encontramos uma forma eficiente de trabalharmos juntos, seremos todos prejudicados, porque o resultado final ficará comprometido.

Na competição em grupo, a vitória depende de todos; aquele que está acostumado a vencer sempre dependerá do mais fraco para conseguir vitória, portanto terá que ajudá-lo a conseguir um desempenho mais satisfatório. Por sua vez, o mais fraco, aquele que nunca saboreia uma vitória, terá o prazer de vencer através da vitória do seu grupo.

A interação grupal é muito enriquecedora e ajuda as crianças a se desenvolverem melhor e a fazerem ovas amizades. Mas é preciso variar os elementos dentro do grupo constantemente,  se não tivermos este cuidado, os grupos poderão de virar times ou Gangues, o que seria desastroso. Variando os elementos dentro dos grupos, estaremos dando oportunidades para que as crianças conheçam melhor outras crianças e faça novas amizades, ao passo que, se forem sempre os mesmos, terão a tendência de se fecharem como grupo. Muitas vezes, para fazer amigos, basta haver uma boa oportunidade.

Brincar correndo, saltando, jogando bola

- “Vamos ver quem chega primeiro?”.

A atividade física gera entusiasmo, por essa razão é tão importante. Correndo, a criança fica alegre; vencendo obstáculos, desafia os próprios limites, gastam energias e desenvolve sua coordenação motora, adquirindo mais confiança em si e aprimorando seu equilíbrio.

Frequentemente, vemos crianças correndo em espaços públicos, aeroportos, supermercados o em qualquer outro grande espaço. Elas não resistem a uma boa oportunidade para sair correndo, criança precisa de espaço para, simplesmente, sair correndo.

Brincar experimentando e desenvolvendo habilidades

Encaixar, empilhar, construir, montar quebra-cabeças são atividades que proporcionam exercício e desenvolvem habilidades, mas só serão brinquedos se forem realizadas com prazer; caso contrário, serão apenas uma tarefa realizada com brinquedos.
Os jogos, que requerem concentração da atenção e mobilização de habilidades, são muito úteis, pois, através deles, as crianças e exercitam e aprendem alegremente. Um aspecto importante destes brinquedos é que levam a criança a perceber a necessidade de planejar suas ações.

Estes jogos tornam as crianças mais aptas a desempenhar tarefas que, talvez, não conseguissem realizar se não estivessem em situação lúdica, livre de cobrança e de obrigatoriedade. Brincando, a criança alcança níveis de desempenho bem mais altos porque não sente cansaço.
 
Brincar inventando

Inventar, criar, todos podem; mas somente se tiverem sido estimulado a faze-lo. A necessidade de alcançar êxito, o medo de errar ou de ser ridículo, são os maiores inibidores do processo criativo.

È preciso haver motivação para criar: a motivação pode ser um desafio, um problema a ser superado ou uma vontade e expressar uma emoção; mas, para que o ato criativo aconteça, é preciso haver alguma confiança na própria capacidade de criar ou, pelo menos, a certeza de que, mesmo que o resultado não seja bom, haverá boa aceitação do trabalho realizado.
 
Brincar Aprendendo

A curiosidade é natural a toda criança, portanto aprender coisas novas também seria, se o processo de construção do conhecimento (que poderia ser uma divertida aventura) não tivesse sido transformado em trabalho enfadonho.

A pressa em transformar a criança em adulto fez com que o aprender passasse a ser obrigatório e sistemático.

A pré-escola foi transformada em escola e as crianças de 3 anos de idade já estão sentadas fazendo exercícios preparatórios para a alfabetização. Desrespeitando a infância, a necessidade de brincar foi substituída pela necessidade de aprender, o quanto antes, a nadar, a ler, a falar inglês, a dançar e a lutar judô.

As escolas chegam a vangloriar-se da aceleração de seus currículos e as crianças, estressadas, apresentam problemas emocionais e rebeldia ao estudo. Mas para onde foi o interesse natural por descobrir, por conhecer coisas?

A criança não é um adulto em miniatura, nem deve crescer só atendendo às solicitações dos adultos, pois assim não desenvolver autonomia nem senso de responsabilidade. Se for respeitada em seus interesses e subsidiada em suas buscas, certamente manterá vivo o prazer de aprender e fará da construção do seu conhecimento uma deliciosa aventura.


O brinquedo proporciona o aprender-fazendo e... brincando através de jogos e brincadeiras, a criança pode aprender novos conceitos, adquirir informações e até mesmo superar dificuldade de aprendizagem. 

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