201. Do que é novo gosta o povo. — Nova placent.
202. Doença comprida em morte acaba. — Longa valetudo, certissima mors.
203. Dois olhos vêem mais que um. — Aspiciunt oculi duo lumina clarius uno.
204. Dor de mulher morta dura até à porta. — Confestim fletus emissae conjugis
arent.
205. Dos males, o menor. — Minima de malis.
206. Dos maus costumes nascem as boas leis. — Leges bonae malis ex moribus
procreantur.
207. Dos meninos se fazem os homens. — Crescit in egregios parva juventa
viros.
208. Duro com duro não levanta muro. — Mons cum monte non miscetur.
209. É cedo que se formam os costumes. — A teneris consuescere multum est.
210. É mais fácil rasgar que costurar. — Laedere facile, mederi
difficile.
211. É melhor errar com muitos que acertar com poucos. — Sentientum cum multis.
212. É melhor ser bom que de boa raça. — Nostra nos decet, non sanguine niti.
213. É melhor uma boa morte do que uma ruim sorte. — Improba vita, mors
optabilior.
214. É melhor uma ruim acomodação que uma boa questão. — Litem ne quaere cum
licet fugere.
215. É preferível a eqüidade ao rigor. — Aequitas praeferitur rigore.
216. Elogio de boca própria é vitupério. — Laus in ore proprio villescit.
217. Em boca fechada não entra mosca. — Tutum silentium praemium.
218. Em casa de enforcado não se fala em corda. — Quae dolent ea molestum est
contingere.
219. Em casa de mulher rica, fala o marido e ela grita. — Imperat et clamat
quaecumque est femina dives.
220. Em longa geração, ha conde e ladrão. — Absque vado fluvius, nec stat sine
pelice proles.
221. Em Roma, sê romano. — Si fueris Romae, Romano vivito more.
222. Em sua casa cada um é rei. — Quilibet est tuguri rex, dominusque sui.
223. Em terra de cegos, quem tem um olho é rei. — Beati monoculi in terra
caecorum.
224. Em toda parte há um pedaço de mau caminho. — Commoditas omnis fert sua
incommoda.
225. Emprestaste e não cobraste; e, se cobraste, não tanto; e, se tanto, não
tal; e, se tal, inimigo mortal. — Si prestabis, non habetis; si habetis, non
tam bene; si tam bene, non tam cito; si tam cito, perdis amicum.
226. Enquanto dormem os gatos, correm os ratos. — Dum felis dormit saliunt
mures.
227. Enquanto há figos, há amigos. — Fervet olla, vivit amicitia.
228. Enquanto o doente respira, há esperança. — Aegroto dum anima est, spes
est.
229. Entende primeiro e fala derradeiro. — Festinus intellige, tardus
loquere.
230. Enterrado, perdoado. — Parce sepultis.
231. Entre pais e irmão não metas as mãos. — Non patri, nato et fratri
rixentibus adstes.
232. Errando é que se aprende. — Errando discitur.
233. Errar é humano. — Errare humanum est.
234. Escolhe os amigos entre os teus iguais. — Amicitia tibe junge pares.
235. Estar comendo brisa. — Rore non pascitur.
236. Estrada aberta é caminho. — Via trita, via tuta.
237. Faça-se justiça, embora desabem os céus. — Fiat justitia et ruat caelum.
238. Falar é fôlego. — Perdere verba leve est.
239. Fartura faz bravura. — Ferociam sacietas parit.
240. Fazer de um argueiro um cavaleiro. — Elephantem ex musca facere.
241. Fazer o bem nunca se perde. — Quae recte fiunt nunquam benefacta peribunt.
242. Fechar a porta depois de arrombada. — Accepto damno januam claudere.
243. Feliz é quem feliz se julga. — Felix est non aliis qui videtur, sed sibi.
244. Filhos criados, trabalhos dobrados. — Grandaevi nati, labores duplicati.
245. Formiga tem catarro. — Etiam formicae sua bilis inest.
246. Formiga, quando quer se perder, cria asas. — Quos Jupiter perdere vult
prius dementat.
247. Ganha dinheiro quem tem dinheiro. — Dantur divitiae non nisi divitibus.
248. Ganha fama e deita-te na cama. — Audies bene ab hominibus et tuto vivas.
249. Ganha fama e deita-te na cama. — Bonus rumor alterum est patrimonium.
250. Gato escaldado de água fria tem medo. — Horrescit gelidas felis adustus
aquas.
251. Grandes viagens, grandes mentiras. — Longum iter emensus, mendacia longa
reportat.
252. Guarda-te de homem que não fala e de cão que não ladra. — Ira quae tegitur
nocet.
253. Há males que vêm por bem. — Nunc bene navigavi, cum naufragium feci.
254. Hoje por mim, amanhã por ti. — Hodie mihi, cras tibi.
255. Homem honrado, antes morto que injuriado. — Nobilis, ut vitet probrum, dat
pectora ferro.
256. Homem magro, sem ser de fome, vale por dois “home”. — Cavete a macilento
non famelico.
257. Hóspede e peixe com três dias fede. — Hospes et piscis tertio quoque die
odiosus est.
258. Hóspede jejuador, bem-vindo seja! — Si mea non coenes, gratior hospes es.
259. Igual com igual se apraz. — Igual agrada igual. — Aequalis aequalem
delectat.
260. Infeliz da raposa que anda aos grilos. — Tunc male vulpi erit, si muscas
prendere tentet.
261. Infeliz do rato que só conhece um buraco. — Mus miser est sabe que solo
clauditur uno.
262. Intriga de irmão, intriga de cão. — Fratrum irae acerbissimae.
263. Junta o útil ao agradável. — Utile dulci.
264. Ladrão que furta a ladrão tem cem anos de perdão. — Callidus est latro qui
tollit furta latroni.
265. Língua comprida, sinal de mão curta. — Cui lingua est grandis, parvula
dextra est.
266. Lobo não come lobo. — Furem fur cognoscit, et lupum lupus.
267. Longe da vista, longe do coração. — Procul ex oculis, procul ex mente.
268. Macaco velho não meta a mão em cumbuca. — Annosa vulpes non capitur
laqueo.
269. Mais barato é o comprado que o pedido. — Emere malo quam rogare.
270. Mais faz quem quer do quem pode. — Saepe potestatem solita est superare
voluntas.
271. Mais há quem suje a casa que quem a varra. — Qui varrant, pauci; est
multus, qui sordidet aedes.
272. Mais sabe o tolo no seu do que o sisudo no alheio. — Sua melius insanus
curat quam sapiens aliena.
273. Mais se arrepende quem fala do que quem cala. — Multis lingua nocet:
nocuere silentia nulli.
274. Mais se sabe por experiência que por aprender. — Magis experiendo quam
discendo cognoscitur.
275. Mais vale a qualidade que a quantidade. — Amplius juvat virtus, quam
multitudo.
276. Mais vale amigo na praça do que dinheiro na caixa. — Ubi amici, ibi opes.
277. Mais vale o feitio que o pano. — Materiam superabat opus.
278. Mais vale penhor que fiador. — Pignus fideijussore securius.
279. Mais vale quem Deus ajuda do que quem cedo madruga. — Auxilium superum
humanis viribus praestat.
280. Mais vale um “toma” que dois “te darei”. — Bis gratum quod ultro offertur.
281. Mais vale um burro vivo que um doutor morto. — Melior est canis vivis
leone mortuo.
282. Mais vale um ovo hoje que uma galinha amanhã. — Ad praesesn ova cras
pullis sunt meliora.
283. Mais vale um pássaro na mão que dois voando. — Plus valet passer in
manibus, quam sub dubio grus.
284. Mais vale vergonha na cara que mágoa no coração. — Pudere praestat quam
pigere.
285. Mal de muitos consolo é. — Quae mala cum multis patimur leviora
videntur.
286. Mal ou bem, com os teus te avém. — In omni fortuna tuis adhaere.
287. Mandar não quer par. — Omnis potestas impatiens consortis erit.
288. Melhor seria se não tivesse nascido. — Bonum erat si non natus non fuisset
homo ille.
289. Muito falar, muito errar. — In muktiloquio non deerit stultitia.
290. Muito pode o galo no seu terreiro. — Plurimum valet gallus in aedibus
suis.
291. Muito prometer é uma maneira de enganar. — Multa fidem promissa levant.
292. Muito riso é sinal de pouco siso. — Per multum risum stultus cognoscitur.
293. Muitos amigos em geral, e um em especial. — Neque nullis sis amicus, neque
multis.
294. Muitos são os chamados, porém poucos os escolhidos. — Multi sunt vocati,
pauci vero electi.
295. Mulher andeja fala de todos, e todos dela. — De cunctis loquitur
faemina quae tota cursitat urbe vaga.
296. Mulher boa é prata que soa. — Nil melius muliere bona.
297. Mulher e vidro sempre estão em perigo. — Et vitrum et mulier sunt in
discrimine semper.
298. Na barba do tolo aprende o barbeiro novo. — A barba stolide discunt
tondere novelli.
299. Na boca do mentiroso o certo se faz duvidoso. — Mendaci ni verum quidem
dicenti creditur.
300. Na cauda é que está o veneno. — In cauda venenum.
301. Nada duvida quem nada sabe. — Ille nihil dubitat qui nullam
scientiam habet.
302. Nada tem quem não se contenta com o que tem. — Cui nunquam satis est,
possidet ille nihil.
303. Não faças a outrem o que não quererias que ti fizessem. — Quod tibi non
vis, alteri ne facias.
304. Não faças aos outros o que não queres que te façam. — Alteri ne facias
quod tibi fieri non vis.
305. Não gosta do doce quem não prova o amargo. — Dulcia non novit qui non
gustavit amara.
306. Não há bem que sempre dure, nem mal que sempre ature. — Omnium rerum
vicissitudo est.
307. Não há casamento pobre, nem mortalha rica. — Nemo nupsit inops, dives nec
mortuus ullus.
308. Não há efeito sem causa. — Causa debet praecedere effectum.
309. Não há gato, nem cachorro que não saiba. — Lippis et tonsoribus
notum.
310. Não há gosto que não custe. — Commoditas omnis fert secum incommoda.
311. Não há gosto sem desgosto. — Fel latet in melle et mel non bibitur sine
felle.
312. Não há melhor espelho que amigo velho. — Se gerit egregium speculum
veteranus amicus.
313. Não há nada de novo debaixo do sol. — Nihil sub sole novi.
314. Não há regra sem exceção. — Deviat a solitis regula cuncta viis.
315. Não há tempero tão bom como a fome. — Fames optimum condimentum.
316. Não merece o doce quem não prova o amargo. — Dulcia non meruit qui non
gustavit amara.
317. Não pode ser meu amigo o amigo de meu inimigo. — Inimici sui amicum nemo
in amicitia sumit.
318. Não sabe governar quem não sabe obedecer. — Non bene imperat, nisi qui
paruerit imperio.
319. Não saiba a mão esquerda o que faz a direita. — Nesciat sinistra quod
faciat dextera tua.
320. Não se aumente a aflição do aflito. — Afflicto non est addenda afflictio.
321. Não se bebe sem ver, nem se assina sem ler. — Inspice bis potum et chartam
subscribe scienter.
322. Não se deve aumentar a aflição do aflito. — Afflictis non est addenda
afflictio.
323. Não se deve ser juiz de causa própria. — Aliquis non debet esse judex in
propria causa.
324. Não se pode demandar contra si mesmo. — A se impetrare ut nom posse.
325. Não suba o sapateiro além da chinela. — Ne sutor ultra crepidam.
326. Não te deves fiar senão naquele com quem já comeste um molho de sal. —
Nemini fidas, nisi ei, cum quo prius modium salis absumptseris.
327. Não vás à festa alheia sem ser convidado. — Alterius — festum solum
invitatus adibis.
328. Não vê a trave que tem no olho e vê um argueiro no do vizinho. — Aliena
vitia in oculis habemus, a tergo nostra sunt.
329. Nas ocasiões é que se conhecem os amigos. — In angustiis apparent amici.
330. Nem só de pão vive o homem. — Non in solo pane vivit homo.
331. Nem tanto, nem tão pouco. — Medio tutissimus ibis.
332. Nem todas as verdades se dizem. — Non omnia quae vera sunt recte
dixeris.
333. Nem todo dia é dia santo. — Nec semper lilia florent.
334. Nem tudo que luz é ouro. — Non omne id quod fulget, aurum est.
335. Ninguém acorde o cão que está dormindo. — Temulentus dormiens non est
excitandus.
336. Ninguém dá o que não tem, nem mais do que tem. — Nemo dat quod non habet,
nec plus quam habet.
337. Ninguém é moeda de vinte patacas, para agradar a todos. — Nemo omnibus
placet.
338. Ninguém é obrigado a fazer o impossível. — Ad impossibilia nemo tenetur.
339. Ninguém é obrigado a fazer o impossível. — Ad impossibilia nemo tenetur.
340. Ninguém é profeta em sua terra. — Nmo propheta acceptus est in patria sua.
341. Ninguém nasce sabendo. — Nemo nascitur sapiens.
342. Ninguém pode ser juiz em causa própria. — Judex in causa propria nemo esse
potest.
343. Ninguém pode servir a dois senhores. — Nemo potest duobus dominis servire.
344. Ninguém se contenta com o que tem. — Nemo sua sorte contentus.
345. Ninguém se meta onde não é chamado. — Ad concilium ne accesseris antequam
vocaris.
346. No espelho, vê-se o rosto; no vinho, o coração. — Aes formae speculum est,
vinum mentis.
347. No meio é que está a virtude. — In medio virtus.
348. No mundo, tudo é vaidade. — Vanitas vanitatum, et omnia vanitas.
349. No sofrer e no abster está todo o vencer. — Sustine et abstine.
350. No vinho está a verdade. — In vino veritas.
351. Novos tempos, novos costumes. — Tempora mutantur et nos in illis.
352. O abuso não tira o uso. — Abusus non tollit usum.
353. O abuso não tolhe o uso. — Abusus non tollit usum.
354. O alheio chora a seu dono. — Res ubicumque sit pro domino suo clamat.
355. O amor é como a tosse: impossível ocultar. — Amor tussisque non celantur.
356. O amor e o poder não querem sócios. — Amor et potestas impaciens
consortis.
357. O amor entra pelos olhos. — Ex aspectu nascitur amor.
358. O amor tudo vence. — Amor vincit omnia.
359. O autor louva sua obra. — Auctor opus laudat.
360. O avarento rico não tem parente nem amigo. — Affinem nullum dives avarus
habet.
361. O bem que não fizeres, dos teus não esperes. — Frustra sperabis ab alieno,
quodipse tibi praestre noluisti.
362. O boi mais velho ensina o mais novo a arar. — A bove majore discit arare
minor.
363. O boi pela ponta, o homem pela palavra. — Cornu bos capitur, voce ligatur
homo.
364. O bom juiz ouve o que cada um diz. — Judex ille sapit qui darde censet et
audit.
365. O bom pastor dá sua vida por suas ovelhas. — Bonus pastor animam suam dat
pro ovibus suis.
366. O bom pastor deve tosquiar, e não esfolar o seu rebanho. — Boni pastoris
est tondere pecus, non deglubere.
367. O bom vinho escusa pregão. — Laudato vino non opus est hedera.
368. O coração sente e a boca mente. — Aliud in ore, aliud in corde.
369. O costume é uma segunda natureza. — Consuetudo altera natura.
370. O dinheiro excita, mas não sacia o avarento. — Avarum irritat, non satiat
pecunia.
371. O erro repetido passa por verdade. — Consensus tollit errorem.
372. O fim coroa a obra. — Finis coronat opus.
373. O fim justifica os meios. — Quum finis est licitus etiam media sunt
licita.
374. O hábito não faz o monge. — Habitus non facit monachum.
375. O homem é fogo e a mulher estopa: — vem o diabo e sopra. — Dicitur ignis
homo, sic femina stupa vocatur; insuflat deamons: — gignitur ergo focus.
376. O homem faz-se por si. — Faber est quisque tortunae suae.
377. O homem honrado não teme murmúrios. — Ab auditione mala non timebit.
378. O homem põe e Deus dispõe. — Homo proponit, sed Deus disponit.
379. O jogo só é desonroso para o pobre. — Alea turpis mediocribus.
380. O ladrão cuida que todos o são. — Esse sibi similes alios fur judicat
omnes.
381. O mal ganhado, o diabo o leva. — Mala parta, male dilabuntur.
382. O muito mimo perde os filhos. — Efficit ignavos patris indulgentia natos.
383. O número dos tolos é infinito. — Stultorum infinitus est numerus.
384. O olho do dono trabalha mais que as mãos. — Dominus vidit multum in rebus
suis.
385. O parto da montanha. — Parturiun montes, nascetur ridiculus mus.
386. O passado, passado! — Praeterita mutare non possumus.
387. O perdão faz o ladrão. — Eficit insignem nimia indulgentia furem.
388. O pilão conserva o odor do alho socado. — Allia quando terunt retinent
mortaria gustum.
389. O pior de esfolar é o rabo. — Detrahitur cauda nunquam bene pellis ab ima.
390. O pouco com Deus é muito, e o muito sem Deus é nada. — Nihil sine
Dio.
391. O que é bom não dura. — Optima citissime pereunt.
392. O que é bom por si se gaba. — Laudato vino non opus est hedera.
393. O que é de mais mal não faz. — Quod abundat non nocet.
394. O que é raro é caro. — Omnia rara cara.
395. O que é ruim de passar é bom de lembrar. — Quae fuit durm pati meminisse
dulce est.
396. O que fizeres, encontrarás. — Ab alio expectes, quod alteri feceris.
397. O que mulher quer, nem o diabo dá jeito. — Quod non potest diabolus mulier
evincit.
398. O que não se faz em dia de Santa Luzia, faz-se noutro qualquer dia. — Quod
difertur non aufertur.
399. O que não tem remédio, remediado está. — De re irreparabile ne
doleas.
400. O que o sábio faz primeiro, faz o néscio derradeiro. — Quod sapiens prius
facit, stultus posterius.
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